domingo, 6 de janeiro de 2013

Saiba o que fazer em casos de envenenamento em cães e gatos

A intoxicação dos animais de estimação não é uma coisa rara de se encontrar na clínica veterinária. Pode ocorrer de maneira acidental ou criminosa. A primeira acontece quando o animal ingere plantas tóxicas, medicamentos, venenos para roedores, entra em contato com tintas, produtos de limpeza, agrotóxicos, inala gases tóxicos, ou ainda, é picado por animais peçonhentos.

O animal, de maneira instintiva evita os produtos tóxicos, porém em alguns momentos, o animal por curiosidade ou desatenção, pode entrar em contato com estas substâncias.

No caso de
intenção criminosa o agente tóxico normalmente está disfarçado (dentro de uma bolinha de carne, salsicha, leite, etc.) e age de maneira rápida, normalmente levando o animal à morte.
Quando desconfiar de um quadro de intoxicação?
Sabemos que há uma infinidade de substâncias que podem causar a intoxicação, por isso os sinais clínicos são os mais variados, dentre eles, podemos citar os mais comumente observados:

- Alteração do estado de consciência (agitação, sonolência, e até coma)
- Sintomas gastrintestinais (salivação intensa, vômitos, náuseas, dor abdominal)
- Hemorragias
- Tremores
- Dificuldade respiratória
- Alteração de ritmo cardíaco

Os sintomas de intoxicação dependem da substância tóxica, da quantidade ingerida e de certas características do animal que o ingeriu. Por isso, em caso de suspeita de intoxicação, preste atenção se está faltando algum produto da dispensa (produtos de limpeza, inseticidas, etc.), se há plantas arrancadas ou destruídas no jardim (quase todas as plantas ornamentais são tóxicas, ex: comigo-ninguém-pode, samambaia, copo de leite, bico de papagaio, coroa de cristo, entre outras), se houve dedetização do ambiente ou aplicação de agrotóxicos no jardim, e ainda, se há algum objeto ou alimento que não foi dado pelo proprietário.
LEMBRE-SE: em alguns casos, o produto tóxico pode não ser potente e precisa ser exposto de forma constante (ingestões repetidas - ex: chumbo) ou de forma prolongada para que ocorram problemas. Outros produtos tóxicos são tão potentes que basta a ingestão de pequena quantidade para levar a manifestação de sinais clínicos ou até a morte. Alguns produtos tóxicos causam poucos sintomas evidentes até que tenha ocorrido uma lesão permanente da função de órgãos vitais (ex.: fígado ou rins).

Como proceder num quadro de intoxicação?

Devido a grande quantidade de substâncias tóxicas e seus princípios ativos, devemos tomar cuidado com qualquer procedimento, sendo ideal procurar seu médico veterinário de confiança.
Importante ressaltar:
- Nos casos de envenenamento por ingestão de medicamentos e plantas, a medida indicada é provocar o vômito.
- Não provoque o vômito, se o animal estiver desmaiado ou em convulsões, nem se a intoxicação foi provocada por produtos derivados de petróleo, por pesticidas (agrotóxicos), ou ainda, nos casos de ingestão de substâncias cáusticas ou corrosivas (como soda cáustica, etc.), inseticidas, detergentes de máquina de lavar roupas, querosene, gasolina.
- Guarde a embalagem do produto, restos da substância ou o material vomitado, para facilitar a identificação pelo médico veterinário. No caso de remédios, tente descobrir quantos comprimidos foram engolidos e quando ocorreu a ingestão.
- Caso o animal faça uso de medicamentos sempre informar ao veterinário no ato do atendimento.

 

Tratamento para envenenamento em animais:

Água morna com sal ou água oxigenada: realmente provocam êmese (vômito), porém essa medida é contra indicada em alguns casos. Como por exemplo, quando não se sabe a causa do envenenamento, quando o agente ingerido pelo animal é cáustico ou corrosivo ou quando o animal está inconsciente.
Atroveran: primeiramente, em nenhum momento o Atroveran age como um antídoto. Ele é um analgésico e antiespasmódico, ou seja, apenas alivia as dores no estômago. Ele não é antídoto para o chumbinho (carbamato). Em casos de envenenamento por chumbinho o correto é a aplicação de sulfato de atropina.
Então o que fazer com um animal envenenado?
Veja alguns pontos importantes a serem tomados, lembrando que isso deve ser feito por acompanhamento de um Médico Veterinário:
Eliminação da fonte do tóxico: retirar o animal envenenado do local; trocar vasilhas de água e alimento; evitar exposição adicional ao agente (quando se sabe a causa); evitar o contato com outros animais sadios (para que não corram o risco de se envenenar também através de secreções do doente).
Redução da absorção do tóxico: em até 2 horas após o envenenamento, êmese, com animal consciente e sem outros sintomas mais graves; lavagem gástrica, que deve ser feita por um médico veterinário; uso de carvão ativado.
Transformação do tóxico em forma não absorvível: formação de um precipitado ou complexo insolúvel do tóxico.
Eliminação e excreção do tóxico: pode ser feito através de diuréticos, mudança de pH urinário, diálise peritoneal, lavagem gástrica, enema, laxantes emolientes ou corte do pelo e banho, quando o envenenamento envolve a pele.
Tratamento dos sintomas: os agentes causadores podem apresentar sintomas variados e deve ser instalada a terapia de apoio.

Principais fontes de envenenamento em cães e gatos:


Estricnina, chumbinho (raticidas)
Chumbo (tintas e alguns objetos)
Warfarina (raticidas, vampiricidas)
Organoclorados/Organofosforados (carrapaticidas, pulgicidas)
Fluoracetamidas (raticidas)
Plantas, fungos, algas, micotoxinas
Sapos, aranhas, cobras
Água e alimentos envenenados
Medicamentos e drogas

Nenhum comentário:

Postar um comentário