domingo, 13 de dezembro de 2020

A Guarda Negra

Em nome dos cidadãos que, movidos por sentimentos de gratidão e patriotismo, dedicaram suas vidas e sua honra para a Princesa Redentora, protesto contra as difamações e ataques dos homens republicanos de coração sombrio aos honrados homens de cor, declaro que nosso proposito não é criar a anarquia. 

A Guarda Negra existe para defender o futuro reinado da Princesa Redentora e a Honra da Raça Negra contra a humilhação daqueles que a odeiam. Restituir ao Homem de Cor o direito de que lhe foi roubado de intervir nos assuntos políticos. Estamos dedicados a lutar pelo governo que no dia 13 de Maio criou uma pátria grande o suficiente para guardar toda nossa gratidão, e lutar contra a vilania dos adeptos da escravidão, que agora estão disfarçados de republicanos. No entanto chegara o dia, quando os cidadãos na raça preta, representando o martírio de três séculos de escravidão, irão encarar a vergonha dos exploradores que por três séculos incitam a nossa vingança" a controvérsia declaração do militante abolicionista e capoeira Clarindo de Almeida, comandante em chefe da Guarda Negra na Gazeta da Tarde. 04 de Janeiro de 1889.


A Guarda Negra era um grupo político de militantes monarquistas, formado em sua totalidade por capoeiras negros que combatiam violentamente o crescente Movimento Republicano nas Cidades do então Império do Brasil, sob a liderança do chefe capoeira Clarindo de Almeida, e o jornalista José do Patrocínio. O Movimento acabou logo após a Proclamação da República sob dura repressão dos Governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto. 



Fonte:The Brazilian Black Guard: Racial Conflict in Post-Abolition Brazil.

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