sexta-feira, 5 de abril de 2019

Antropologia Cristã - A Origem dos Seres Humanos






Antropo = homem (no que diz respeito ao ser humano) + Logia = estudo;
Antropologia = Estudo do Ser Humano;
Por que  Cristão? Pois o estudo do Ser Humano se dará por meio do
entendimento Bíblico acerca da origem do homem.

•  A Base Bíblica para o estado original de inocência e perfeição;
•  Um estado de virtude e retidão;
•  Visão sobrenatural;
•  Visão natural;
•  Um ambiente perfeito;
•  Um estado de domínio;
•  Um estado de responsabilidade moral;

A questão sobre a identidade do homem é tema de muitos debates e
inquietações, mas a grande reflexão aqui é:  “Quem sou eu? ”. A resposta e o entendimento à essa pergunta é o que procuramos quando estudamos
Antropologia, mas ela depende da sua cosmovisão, ou seja, da visão ampliada
que temos de mundo, crenças e ideias sobre o mundo, e, além disso, essa
resposta vai determinar o seu caminho na vida.
Todos os teólogos evangélicos creem que os primeiros  seres humanos
foram criados diretamente por Deus. E essa é a visão que nos servirá como
preparação do cenário para uma abordagem da origem da alma de cada ser

humano segundo Adão, bem como servirá como contexto para a compreensão
da depravação inerente herdada pela humanidade, desde a época da criação.

INÍCIO versus ORIGEM

O início indica simplesmente o fato de passar a existir, enquanto origem,
carrega a ideia de propósito do início dessa existência.  Pelo fato do ser
humano ter esquecido o seu propósito  de origem, fica perdido no universo em
um dilema existencial, reconhecendo apenas que ele está ali,  sem saber o
porquê. Não somos fruto do acaso, mas sim , gerados com o propósito da glória
de Deus.

•  A base bíblica para o estado original de inocência e perfeição.

De acordo com Gênesis 1-2, Adão e Eva foram criados em total
inocência. Não havia nenhum tipo de malícia na sua natureza ou no ambiente
onde eles estavam inseridos. Eles “não se envergonhavam” (Gn 2:25), e não
conheciam o “bem e o mal” (Gn 3:5). Em suma, além de não conhecerem a
culpa por qualquer tipo de pecado, eles também eram inocentes com relação
ao pecado.
Além disso, mesmo a tentação do “sereis como Deus, sabendo o bem e
o mal” (Gn 3:5) implica que eles não conheciam o mal antes de caírem. Na
verdade, foi somente ao experimentarem o fruto proibido que “foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais” (Gn 3:7). De acordo com o Novo Testamento, pela desobediência, Adão e  Eva se tornaram pecadores (Rm 5: 12; 1 Tm 2:14) e
trouxeram a condenação sobre si mesmos e sobre toda a sua posteridade:

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só ato de justiça veio a  graça sobre todos
os homens para justificação de vida. ” (Rm 5.18). Antes disso, eles eram
ilibados.

•  Um estado de virtude e retidão.

Além de serem inocentes e sem malícia, Adão e Eva eram moralmente
virtuosos em função do estado em que foram criados, pois  Deus os dotou de
perfeição moral.
Salomão escreveu: “Vede, isto tão somente achei: que Deus fez ao
homem reto, mas ele buscou muitas invenções” (Ec 7:29). A palavra hebraica
para designar “reto” é ‘’éyashar’’, e significa honestidade ou integridade, ela é a mesma palavra utilizada em conexão com “justo” (Dt 32:4), “reto” (Jó 1:1), e “puro” (Jó 8:6). Consequentemente, ‘’yashar’’ não denota apenas a ausência de maldade, mas também, a presença da bondade  —  não é ausência de vício,
mas presença real da virtude.
Existem duas visões básicas a respeito da origem deste estado de pureza na criação:

•  A visão sobrenatural:

Tomás de Aquino (1225-1274) e os seus seguidores na Igreja católica,
também sustentavam o mesmo ponto de vista, ou seja, que a retidão original
não era natural, mas sobrenatural.
Jonathan Edwards (1703-1758) sustentou que esse estado original, teria
sido um estado de graça sobrenatural no qual Adão foi criado antes da queda,
mas que, em função do pecado, foi perdido: ser perfeitamente inocente e ser
perfeitamente íntegro.

•  A visão natural:

Shedd argumentava que esse estado de perfeição na criação era
natural, ou seja, a própria natureza com a qual Deus criara Adão era
moralmente reta e perfeita. Ele observou que a mesma palavra ‘’ yashar’’, é
utilizada por Deus para se referir a Jó:
“Este era homem sincero, reto e temente a Deus; e desviava-se do mal” (Jó
1:1)
A justiça original está contida na própria ideia de um homem que nasceu
pelas mãos do Criador. Ela é parte do seu dote de criação, e de nada precisa
ser acrescentado.
A obra do Criador é perfeita, e não precisa de nenhuma espécie de
aperfeiçoamento. Em suma, de acordo com a visão natural, como Deus é
perfeito, Ele é incapaz de criar uma criatura imperfeita. Logo, o estado natural
de Adão e Eva, desde o momento da criação, era, necessariamente, de
perfeição.

•  Um ambiente perfeito:

Além de uma natureza perfeita, Adão também recebeu um ambiente
perfeito, no Éden não havia imperfeição moral (ou metafísica), não havia
pecado, era um lugar de bondade (Gn  2:8-22; 1:31), não havia nenhuma
tendência ao mal do ambiente ao seu redor.
A criação não estava sujeita à corrupção, da forma como ficou depois da
Queda (Rm 8:22). Não havia morte no gênero humano (Rm 5:12) e tanto a
natureza interna quanto externa eram absolutamente perfeitas.

•  Um estado de domínio:

No estado original da criação, a humanidade não era serva da natureza,
mas exercia seu senhorio sobre ela. O homem não era escravo do seu braço
forte, ao contrário, a natureza lhe servia, pois ela estava  sujeita à humanidade.
“Enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra” (Gn 1:28).

•  Um estado de responsabilidade moral:

Tudo isso não significa que Adão não precisaria prestar contas a
ninguém que estivesse acima dele. Na verdade, ele estava em estado de
subordinação, pois “E ordenou o senhor Deus ao homem, dizendo: De toda
árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do
mal, dela não comerás; [...]” (Gn 2:16-17).
Adão tinha a responsabilidade de obedecer ao Criador. Como
sabemos, foi exatamente neste ponto que Adão falhou, de maneira miserável
(Gn 3:1ss; cf. Rm 5:12-21; l Tm 2:14). Adão estava livre no sentido em que
suas ações foram autodeterminadas (ação de decidir por si só).

 Quando Adão escolheu desobedecer esta ordem, Deus o considerou
culpado, com a seguinte pergunta: “Comeste tu da árvore de que te ordenei
que não comesses? ” (Gn 3:11).
As Palavras grifadas claramente indicam que houve  um ato de
autodeterminação (cf. v. 13). Tu fizeste isso, disse Deus. Portanto, tu também
serás responsável pelo teu ato, sustentou o Criador. Ninguém mais fez com
que Adão e Eva cometessem o pecado, nem mesmo o próprio Diabo, que foi o
autor da tentação. Assim é a natureza autodeterminada da liberdade.
Porém, as pessoas perfeitas em um paraíso perfeito não estavam livres
de um intruso imperfeito. Satanás, um arcanjo decaído, havia se rebelado
contra o Criador, levando consigo um terço dos anjos do céu (Ap 12:4,9).
Por um a decisão livre e não coagida das suas vontades, o casal perfeito no
paraíso perfeito caiu na imperfeição. (Rm 5:19; 1Tm 2:1). A sua desobediência
gerou a morte e a destruição (Rm 5:12-21; 8:20-23).
Nenhum mal interior ou exterior os levou  a transgredir. Mas o uso
grosseiro da liberdade, erroneamente exercido, desencadeou a obediência e as
suas trágicas consequências.

A base teológica para o estado original de inocência e perfeição

A condição perfeita do estado original mente criado deriva da natureza de
Deus  como um ser absolutamente perfeito. O argumento segue a seguinte
linha:

•  Deus é um ser absolutamente perfeito;
•  Um ser absolutamente perfeito é incapaz de produzir uma criação imperfeita;
•  Logo, a criação original foi feita na perfeição;

A base bíblica para a  perfeição moral de Deus encontra-se em diversas
passagens:
(Dt 32:4)  -  Ele é a Rocha cuja obra é perfeita, porque todos os seus
caminhos juízo são; Deus é a verdade, e não há nele injustiça; justo e reto é”.
(2Sm 22:31)  -  “O caminho de Deus é perfeito [...] Deus é a minha
fortaleza e a minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho”.
(Jó 37:16)  -  “Tens tu notícia do equilíbrio das grossas nuvens e das
maravilhas daquele que é perfeito nos conhecimentos? ”.
(SI 18:30)  -  “O caminho de Deus é perfeito; a palavra do SENHOR é
provada”.
(SI 19:7) - “A lei do SENHOR é perfeita e refrigera a alma”.
(Mt 5:48)  -  “Sede vós, pois, perfeitos, como perfeito é vosso Pai, que
está nos céus”.
Outras Concepções sobre a Origem da Humanidade

•  A evolução Clássica;
•  A evolução Deísta;
•  A evolução Teísta;
•  O criacionismo fiat;
•  O criacionismo progressivo;

•  A evolução clássica:
O evolucionismo naturalista tenta explicar a origem do homem e das
demais coisas sem a ação divina.  O homem é produto do acaso num universo
sem Deus, ou seja,  os processos imanentes na natureza produziram os seres
humanos e tudo o que existe.
O mundo é o resultado de combinações atômicas aleatórias e casuais.
Não existe participação divina no processo. Os naturalistas têm em comum a
negação de que o homem sobrevive à morte e a negação de qualquer juízo
futuro.
Evolucionismo “clássico ou  ateísta: O universo e a vida se
desenvolveram naturalmente, sem interferência divina nenhuma. O ser humano
é fruto de um  processo evolutivo aleatório. Para este também podemos usar o
nome de "materialismo" e "naturalismo".

•  Evolucionismo deísta: um Ser superior (pode ser Deus ou não) foi a causa
inicial da origem do universo e da vida. A evolução das espécies, porém,
ocorreu naturalmente ao longo dos milhões de anos. O ser humano é fruto de
um processo evolutivo aleatório, embora teria recebido o sopro divino ao final
de sua evolução.

•  Evolucionismo teísta: o real conceito é de um desenvolvimento da vida e do
universo guiado  e direcionado por um projetista divino (Deus). O ser humano é
fruto de um processo evolutivo ordenado e regido por Deus, tendo, na sua
conclusão, recebido o sopro divino.
•  O Criacionismo fiat:  em latim, quer dizer haja. Assim Jerônimo traduziu a
palavra “CRIOU” em Gn 1. A expressão significa que o Senhor Deus não
precisou de qualquer matéria original para levar o efeito da criação.
•  Criacionismo progressivo: vê a obra criadora como uma combinação de uma
série de novos atos criativos (criou de novo; criou novamente.) entre esses atos
especiais de criação, o desenvolvimento  ocorreu por meio da micro evolução,
onde a evolução ocorre dentro da mesma espécie e não macro evolução, onde
a espécie evolui para espécie.

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