O desenho
acima mostra a origem e o desenvolvimento da Bíblia em língua portuguesa
e os
fundamentos sobre os quais descansa cada versão sucessiva.
Por
vivermos em uma época de grande desenvolvimento tecnológico, principalmente na
área da
imprensa, temos dificuldades em perceber quanto era difícil reproduzir os
livros
bíblicos à
época em que foram escritos. Cada cópia tinha de ser feita lenta e
laboriosamente
à mão. Foi inevitável que muitos livros antigos se perdessem, o que em
grande
parte explica o desaparecimento de todos os manuscritos originais da Bíblia.O
texto das
páginas seguintes procura responder à pergunta: “Qual o fundamento literário
da Bíblia?”.
A BÍBLIA
EM PORTUGUÊS
Origens
As
primeiras traduções
a) A Septuaginta. Como conseqüência dos setenta anos de cativeiro na Babilônia e da
forte
influência do aramaico, a língua hebraica enfraqueceu. Todavia, fiéis à
tradição de
preservar
os oráculos em sua língua, os judeus não permitiam que os livros sagrados
fossem
vertidos para outro idioma. Alguns séculos mais tarde, porém, essa atitude
exclusivista
e ortodoxa teria de dar lugar a um senso mais prático e liberal. Com o
estabelecimento
do império de Alexandre, o Grande, a partir de 331 a.C., a língua grega
popularizou-se
a tal ponto que se tornou imprescindível uma tradução das
Sagradas
Escrituras nesse idioma.
Segundo o
escritor Aresteas, a tradução grega foi feita por 72 sábios judeus (daí o nome
“Septuaginta”),
na cidade de Alexandria, a partir de 285 a.C., a pedido de
Demétrio
Falário, bibliotecário do rei Ptolomeu Filadelfo. Concluída 39 anos mais
tarde, a
nova versão assinalou o começo de uma grande obra que, além de preparar o
mundo para
o advento de Cristo, tornaria conhecida de todos os povos a Palavra de
Deus. Na
igreja primitiva, era a tradução conhecida de todos os crentes.
b) A Hexapla. Nem todos os livros do AT, infelizmente, foram bem traduzidos na
Septuaginta,
razão pela qual Orígenes, por volta de 228 d.C., compôs a Hexapla, ou
“versão de
seis colunas”, contendo a Septuaginta e as três traduções gregas do AT
efetuadas
por Áquila do Ponto, Teodoro de Éfeso e Símaco de Samaria, feitas
respectivamente
em 130, 160 e 218 d.C. Além dessas, constavam nas duas últimas
colunas o
texto hebraico e o mesmo texto em grego. Essa grandiosa obra, constituída de
cinqüenta
volumes, perdeu-se provavelmente quando os sarracenos saquearam Cesaréia,
em 653
d.C.
c) A Vulgata. Em 382 d.C., o bispo Dâmaso encarregou Jerônimo de traduzir da
Septuaginta
para o latim o livro de Salmos e o NT, trabalho concluído em três anos e
meio. Mais
tarde, outro bispo assumiu a direção da igreja em Roma e percebeu, com
inveja, a
grande cultura e a influência de Jerônimo. Este, perseguido e humilhado,
dirigiu-se
para Belém, na Terra Santa, e ali estudou e trabalhou 34 anos na tradução de
toda a
Bíblia para a língua latina. Jerônimo escreveu ainda 24 comentários bíblicos,
um
conjunto
de biografias de eremitas, duas histórias da igreja primitiva e diversos
tratados.
Mais
tarde, a Bíblia de Jerônimo ficou conhecida por Vulgata [Vulgar], sendo hoje
utilizada
pela Igreja Romana como a autêntica versão das Escrituras em latim, apesar de
muitos
estudiosos a considerarem pobre e até apontarem falhas graves.
Códices e
manuscritos bíblicos
A partir
do século IV, os livros cristãos passaram a ser escritos em códex, palavra
derivada
de caudex, tabuinha coberta de cera na qual se escrevia com um estilete
metálico
(stylus). Reunidos por um cordão que passava por orifícios feitos no alto dos
exemplares,
à esquerda, os códices tinham a forma de livro, portanto bem mais práticos
para
manusear que os antigos rolos. Os mais importantes códices bíblicos são:
Sinaítico,
produzido
em cerca de 325 d.C., contém todo o AT grego, além das Epístolas de
Barnabé e
parte de O pastor, de Hermas. Foi encontrado pelo sábio alemão Constantino
Tischendorf,
em 1844, no Mosteiro de Santa Catarina, situado na encosta do Sinai.
Tischendorf
viu 129 páginas do manuscrito em uma cesta de papel, prestes a serem
lançadas
ao fogo. Percebendo seu enorme valor, levou-as para a Europa. Em 1859,
voltou ao
mosteiro e encontrou as páginas restantes. Doada pelo seu descobridor a
Alexandre
II, da Rússia, a preciosidade foi posteriormente comprada pela Inglaterra
pela
vultosa quantia de 100 mil libras esterlinas. Está no Museu Britânico desde
1933.
Alexandrino,
de meados do século IV, contém o AT grego e quase todo o NT, com
omissões
de 24 capítulos de Mateus, cerca de quatro de João e oito de 2Coríntios.
Contém
ainda a Primeira epístola de Clemente de Roma e parte da segunda. Está no
Museu
Britânico.
Outros
famosos códices bíblicos são: o Vaticano, do século IV, contém o AT e o NT,
com
omissões, está na Biblioteca do Vaticano; o Efraemi, produzido por volta de 450
d.C.,
acha-se na Biblioteca Nacional de Paris; o Baza, encontrado por Teodoro Baza no
Mosteiro
de Santo Ireneu, na França, em 1581, é datado do século V e encontra-se
atualmente
na Biblioteca de Cambridge, Inglaterra; o Washington, produzido nos
séculos IV
e V, acha-se no Museu Freer, na capital dos Estados Unidos da
América.Existem,
ainda, vários códices de menor importância, expostos em museus e
bibliotecas
de várias partes do mundo. Somente de livros do NT, completos ou em
fragmentos,
conhecem-se hoje 156.
Os rolos
do mar Morto
Em se tratando de manuscritos em rolos, o mais antigo e importante de todos foi
encontrado
casualmente em 1947 por um beduíno, em uma bem escondida gruta nas
proximidades
de Jericó, junto ao mar Morto. Examinado pelo professor Sukenik, da
Universidade
Hebraica de Jerusalém, revelou-se pertencente ao século III a.C.
Contém o
livro completo de Isaías e comentários de Habacuque, além de importantes
informações
sobre a época em que foi escondido. É mais conhecido como o Rolo do
mar Morto.
A Bíblia
em português
Período
das traduções parciais
a) Venturoso ou Bem-Aventurado: a despeito de esse título ter sido atribuído a d.
Manuel
como o principal incentivador das grandes navegações, mais bem-aventurado
que esse
rei português foi um de seus antecessores, d. Diniz (1279-1325), por ter sido o
primeiro a
traduzir para a língua portuguesa o texto bíblico, tornando assim possível a
navegação
dos leitores de língua portuguesa pelo imenso mar da Palavra de Deus.
Grande
conhecedor do latim clássico e leitor da Vulgata, d. Diniz resolveu enriquecer
a
língua
portuguesa: traduziu as Sagradas Escrituras para nosso idioma, tomando como
base
aquela tradução. Embora lhe faltasse perseverança e só conseguisse traduzir os
vinte
primeiros capítulos do livro de Gênesis, seu esforço colocou-o em posição
historicamente
anterior a alguns dos primeiros tradutores da Bíblia para outros idiomas,
como John
Wycliff, por exemplo, que só em 1380 traduziu as Escrituras para o inglês.
b) Fernão Lopes em seu curioso estilo de cronista do século XV, disse que d. João I
(1385-1433),
um dos sucessores de d. Diniz no trono português, “fez grandes letrados
tirar em
linguagem os Evangelhos, os Atos dos Apóstolos e as epístolas de São Paulo,
para que
aqueles que os ouvissem fossem mais devotos acerca da lei de Deus” (Crônica
de d. João
I, 2.a Parte). Os “grandes letrados” eram vários padres que também se
utilizaram
da Vulgata no trabalho de tradução.
Enquanto
esses padres trabalhavam, d. João I, também conhecedor do latim, traduziu o
livro de
Salmos, que foi reunido aos livros do Novo Testamento traduzidos pelos
padres.
Seu sucessor, d. João II, outro grande apoiador das traduções do texto bíblico,
mandou gravar
em seu cetro a parte final do versículo 31 de Romanos 8: “Se Deus é por
nós, quem
será contra nós?”, atestando assim quanto os soberanos portugueses
reverenciavam
a Bíblia.
Como nessa
época a imprensa ainda não havia sido inventada, os livros eram
produzidos
em forma manuscrita, fazendo-se uso de folhas de pergaminho. Isso tornava
a
circulação extremamente reduzida. Por ser um trabalho lento e caro, era
necessário
que a
Igreja Romana ou alguém muito rico assumisse os custos do projeto — ninguém
mais
indicado que os nobres e os reis.
c) Outras figuras da monarquia de Portugal também realizaram traduções parciais da
Bíblia. A
neta do rei d. João I e filha do infante d. Pedro, a infanta d. Filipa,
traduziu do
francês Os
evangelhos. No século XV, surgiram publicados em Lisboa o Evangelho de
Mateus e
porções dos demais evangelhos, trabalho realizado pelo frei Bernardo de
Alcobaça,
que pertenceu à grande escola de tradutores portugueses da Real Abadia de
Alcobaça.
Ele baseou suas traduções na Vulgata.
d) A primeira harmonia dos evangelhos em língua portuguesa, preparada em 1495
pelo
cronista Valentim Fernandes e intitulada De vita Christi, teve seus custos de
publicação
pagos pela rainha d. Leonora, esposa de d. João II. Cinco anos após o
descobrimento
do Brasil, d. Leonora mandou também imprimir o livro de Atos dos
Apóstolos
e as epístolas universais de Tiago, Pedro, João e Judas, traduzidos do latim
vários
anos antes por frei Bernardo de Brinega. Em 1566, foi publicada em Lisboa uma
gramática
hebraica para estudantes portugueses. Trazia em português, como texto
básico, o
livro de Obadias.
Outras
traduções
Outras traduções em língua portuguesa realizadas em Portugal são dignas de menção:
a) Os
quatro evangelhos, traduzidos em elegante português pelo padre jesuíta Luiz
Brandão.
b) No início do século XIX, o padre Antônio Ribeiro dos Santos traduziu os evangelhos
de Mateus
e Marcos, ainda hoje inéditos.
É
fundamental salientar que todas essas obras sofreram, ao longo dos séculos,
implacável
perseguição da Igreja Romana, e de muitas delas só escaparam um ou dois
exemplares,
hoje raríssimos. A Igreja Romana também amaldiçoou a todos os que
conservassem
consigo essas “traduções da Bíblia em idioma vulgar”, conforme as
denominavam.
Período
das traduções completas
Tradução
de Almeida
Coube a João Ferreira de Almeida a grandiosa tarefa de traduzir pela primeira vez para
o
português o AT e o NT. Nascido em 1628, em Torre de Tavares, nas proximidades
de
Lisboa,
João Ferreira de Almeida mudou-se aos doze anos de idade para o sudeste da
Ásia. Após
viver dois anos na Batávia (atual Jacarta), na ilha de Java, Indonésia, partiu
para
Málaca, na Malásia, e lá, pela leitura de um folheto em espanhol acerca das
diferenças
da cristandade, converteu-se do catolicismo à fé evangélica. No ano seguinte,
começou a
pregar o evangelho no Ceilão e em muitos pontos da costa de Malabar.
Não tinha
ainda dezessete anos de idade quando iniciou o trabalho de tradução da Bíblia
para o
português, mas lamentavelmente perdeu o manuscrito e teve de reiniciar a
tradução
em 1648.
Por
conhecer o hebraico e o grego, Almeida pôde utilizar-se dos manuscritos dessas
línguas,
calcando sua tradução no chamado Textus receptus, do grupo bizantino.
Durante
esse exaustivo e criterioso trabalho, serviu-se também das traduções holandesa,
francesa
(de Baza), italiana, espanhola e latina (Vulgata).
Em 1676,
João Ferreira de Almeida concluiu a tradução do NT e no mesmo ano remeteu
o
manuscrito para ser impresso na Batávia. Todavia, o lento trabalho de revisão a
que a
tradução
foi submetida levou-o a retomá-la e enviá-la para ser impressa em Amsterdã.
Finalmente,
em 1681, surgiu o primeiro Novo Testamento em português, trazendo no
frontispício
os seguintes dizeres, que transcrevemos ipsis litteris: “O Novo Testamento,
isto é,
Todos os Sacro Sanctos Livros e Escritos Evangélicos e Apostólicos do Novo
Concerto
de Nosso Fiel Salvador e Redentor Iesu Cristo, agora traduzido em português
por João
Ferreira de Almeida, ministro pregador do Sancto Evangelho. Com todas as
licenças
necessárias. Em Amsterdam, por Viúva de J. V. Someren. Anno 1681”.
Milhares
de erros foram detectados nesse Novo Testamento de Almeida, muitos deles
produzidos
pela comissão de eruditos que tentou harmonizar o texto português com a
tradução
holandesa de 1637. O próprio Almeida identificou mais de 2 mil erros na
tradução,
e outro revisor, Ribeiro dos Santos, afirmou ter encontrado um número bem
maior.
Logo após
a publicação do Novo Testamento, Almeida iniciou a tradução do AT. Ao
falecer,
em 6 de agosto de 1691, havia traduzido até Ezequiel 41:21. Em 1748, o pastor
Jacobus op
den Akker, da Batávia, reiniciou o trabalho interrompido por Almeida, e
cinco anos
depois, em 1753, foi impressa a primeira Bíblia completa em português, em
dois
volumes. Estava concluído, portanto, o inestimável trabalho de tradução da
Bíblia
por João
Ferreira de Almeida.
Apesar dos
erros iniciais, ao longo dos anos estudiosos evangélicos vêm depurando a
obra de
Almeida, tornando-a a preferida dos leitores de fala portuguesa.
A Bíblia
de Rahmeyer
Tradução completa da Bíblia, ainda hoje inédita, traduzida em meados do século XVIII
pelo
comerciante hamburguês Pedro Rahmeyer, que residiu trinta anos em Lisboa. O
manuscrito
dessa Bíblia encontra-se na Biblioteca do Senado de Hamburgo, Alemanha.
Tradução
de Figueiredo
Nascido em
1725, em Tomar, nas proximidades de Lisboa, o padre Antônio Pereira de
Figueiredo,
partindo da Vulgata, traduziu integralmente o AT e o NT, gastando dezoito
anos nessa
laboriosa tarefa. A primeira edição do Novo Testamento saiu em 1778, em
seis
volumes. Quanto ao Antigo Testamento, os dezessete volumes da primeira edição
foram
publicados de 1783 a 1790. Em 1819, veio à luz a Bíblia completa de Figueiredo,
em sete
volumes. E, em 1821, foi publicada pela primeira vez em um único volume.
Figueiredo
incluiu em sua tradução os chamados livros apócrifos, que o Concílio de
Trento
havia acrescentado aos livros canônicos em 8 de abril de 1546. Esse fato
contribui
para que sua Bíblia seja ainda hoje apreciada pelos católicos romanos nos
países de
fala portuguesa.
Na
condição de exímio filólogo e latinista, Figueiredo pôde utilizar-se de um
estilo
sublime e
grandiloqüente, e seu trabalho resultou em um verdadeiro monumento da
prosa
portuguesa. No entanto, por não conhecer as línguas originais e se haver
baseado
tão-somente
na Vulgata, sua tradução não suplantou em preferência o texto popular de
Almeida.
A Bíblia
no Brasil
Traduções
parciais
a) Nazaré. Em 1847, publicou-se, em São Luís do Maranhão, O Novo Testamento
traduzido
por frei Joaquim de Nossa Senhora de Nazaré, que se baseou na Vulgata. Foi,
portanto,
o primeiro texto bíblico traduzido no Brasil. Essa tradução tornou-se famosa
por trazer
em seu prefácio pesadas acusações contra as “Bíblias protestantes”, que,
segundo os
acusadores, estariam “falsificadas” e falavam “contra Jesus Cristo e contra
tudo
quanto há de bom”.
b) Em 1879, a Sociedade de Literatura Religiosa e Moral do Rio de Janeiro publicou a
que ficou
conhecida como “a primeira edição brasileira” do Novo Testamento de
Almeida.
Essa
versão foi revista por José Manoel Garcia, lente do Colégio D. Pedro II, pelo
pastor M.
P. B. de Carvalhosa, da cidade de Campos, RJ, e pelo primeiro agente da
Sociedade
Bíblica Americana no Brasil, pastor Alexandre Blackford, ministro do
evangelho
no Rio de Janeiro.
c) Harpa de Israel foi o título que o notável hebraísta F. R. dos Santos Saraiva deu à
sua
tradução do livro de Salmos, publicada em 1898.
d) Em 1909, o padre Santana publicou sua tradução do Evangelho de Mateus, vertida
diretamente
do grego. Três anos depois, Basílio Teles publicou a tradução do Livro de
Jó, com
sangrias poéticas. Em 1917 foi a vez de J. L. Assunção publicar O Novo
Testamento,
tradução baseada na Vulgata.
e) Traduzido do velho idioma etíope por Esteves Pereira, O Livro de Amós surgiu
isoladamente
no Brasil em 1917. Seis anos depois, J. Basílio Pereira publicou a
tradução
do Novo Testamento e do Livro dos Salmos, ambos baseados na Vulgata. Por
essa
época, surgiu no Brasil (infelizmente, sem indicação de data) a Lei de Moisés
(o
Pentateuco),
edição bilíngüe hebraico-português, preparada pelo rabino Meir Matzliah
Melamed.
f) O padre Huberto Rohden foi o primeiro católico a traduzir no Brasil o NT
diretamente
do grego. Publicada pela instituição católico-romana Cruzada Boa
Esperança
em 1930, essa tradução, por estar baseada em textos considerados inferiores,
sofreu
severas críticas.
Traduções
completas
a) Em 1902, as sociedades bíblicas empenhadas na disseminação da Bíblia no Brasil
patrocinaram
nova tradução da Bíblia para o português, baseada em manuscritos
melhores
que os utilizados por Almeida. A comissão constituída para tal fim, composta
de
eruditos nas línguas originais e no vernáculo, entre eles o gramático Eduardo
Carlos
Pereira,
fez uso de ortografia correta e vocabulário erudito. Publicado em 1917, o
trabalho
ficou conhecido como Tradução Brasileira. Apesar de ainda hoje
apreciadíssima
por grande número de leitores, essa Bíblia não conseguiu firmar-se no
gosto do
grande público.
b) Coube ao padre Matos Soares realizar a tradução mais popular da Bíblia entre os
católicos
na atualidade. Publicada em 1930 e baseada na Vulgata, suas notas entre
parêntesis
defendem os dogmas da Igreja Romana. Por esse motivo, recebeu apoio papal
em 1932.
c) Em 1943, as Sociedades Bíblicas Unidas encomendaram a um grupo de hebraístas,
helenistas
e vernaculistas competentes a revisão da tradução de Almeida. A comissão
melhorou a
linguagem, a grafia dos nomes próprios e o estilo.
d) Em 1948, organizou-se a Sociedade Bíblica do Brasil, destinada a “Dar a Bíblia à
pátria”.
Essa entidade fez duas revisões do texto de Almeida, uma mais aprofundada,
que deu
origem à Edição Revista e Atualizada no Brasil, e uma menos profunda, que
conservou
o antigo nome, “Corrigida”.
e) Em 1967, a Imprensa Bíblica Brasileira, criada em 1940, publicou sua Edição
Revisada
de Almeida, cotejada com os textos em hebraico e grego. Essa edição foi
posteriormente
reeditada com ligeiras modificações.
f) Em 1988, a Sociedade Bíblica do Brasil traduziu e publicou a Bíblia na Linguagem
de Hoje. O
propósito básico dessa tradução era apresentar o texto bíblico em linguagem
comum e
corrente. Em 2000, após ampla revisão, foi reeditada como Nova Tradução na
Linguagem
de Hoje.
g) Em 1990, a Editora Vida publicou a sua Edição Contemporânea da Bíblia traduzida
por
Almeida. Essa edição eliminou arcaísmos e ambigüidades do texto quase
tricentenário
de Almeida e preservou, sempre que possível, as excelências do texto que
lhe serviu
de base.
h) Uma comissão constituída de eruditos em grego, hebraico, aramaico e português,
coordenada
pelo pastor Luiz Sayão, sob o patrocínio da Sociedade Bíblica
Internacional,
concluiu em 2001 uma nova tradução das Escrituras, a Nova Versão
Internacional
(NVI), texto adotado desde então pela Editora Vida.
i) São também dignas de referência: a Bíblia traduzida pelos monges de Meredsous
(1959); a
Bíblia de Jerusalém, traduzida pela Escola Bíblica de Jerusalém (padres
dominicanos)
e editada no Brasil por Edições Paulinas em 1981, com notas; a Edição
Integral
da Bíblia, trabalho de diversos tradutores sob a coordenação de Ludovico
Garmus,
editado pela Editora Vozes e pelo Círculo do Livro, também com notas.
Abraão de Almeida e Jefferson
Magno Costa
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